domingo, 21 de junho de 2015

Tolkien

No campo ressecado vento havia,
mas na floresta nada se movia:
Trevas soturnas, diurnas, noturnas,
coisas turvas o calor escondia.

O vento desceu dos montes gelados,
Rugindo em ondas qual mar agitado;
Os ramos tremiam, a floresta brandia,
De folhas o chão estava forrado.

De Oeste para Leste o vento em festa;
Cessara o movimento na floresta
Mas aguda e fatal, pelo pantanal,
Sua voz sibilante uiva e protesta

Assobia o capim curvando as flores,
Batem os juncos, seguem-se temores:
Sobre o lago agitado um céu calado,
Nuvens correndo rasgadas e horrores.

As desertas montanhas lá se vão,
Varre ela agora a toca do dragão:
Trevas e negrume, pedras em cardume,
Fumaça impregna o ar de escuridão.

Deixa o mundo e sua fuga continua,
sobre os mares da noite ele recua.
Ao som doce da brisa a lua desliza,
acende-se uma estrela e a luz flutua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário